sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O poder do sufrágio

Uma vez mais o brasileiro vai exercer o direito do sufrágio. Sufrágio que já foi indireto e que já foi aristocrático. O direito ao sufrágio universal não é novo, mas ainda não é universalmente exercido.

Não é exercido simplesmente porque não queremos. Não quero aqui levantar nenhuma bandeira de que o povo é coagido, intimidado, comprado, corrompido ou qualquer outra forma de desvio do âmago da questão. As eleições não são universais pelo fato de que o povo não quer exercer seu direito, e antes que algum membro do time Está-errado-a-culpa-é-dos-outros me apedreje, quero aqui fazer meu apelo para que se entenda porque muitos não querem participar. Não exercer seu direito tem um fundo cultural bastante arraigado e que merece que cada pessoa que defende a democracia entenda e que se embandeire, pois sem sufrágio universal, não há democracia.

Talvez a explicação esteja no fato que desde pequenos são poucos os educados para escolher e arcar com as consequencias da escolha. Pais subsidiando os filhos e tomando as decisões por eles. Isso tem impacto.

Decisões seguidas não são acompanhadas. Quem segue não analisa, e quem não analisa nao precisa acompanhar. Sem saber o que resultou a escolha tomada, os erros se repetem eleição trás eleição.

Não abomino aquele que vota em branco ou nulo. Esse exerceu o sagrado direito dele de escolha. Essa escolha deveria ser resultado de uma análise e concluído que não há nenhuma opção que o interesse. Respeito isso. O que é triste é quando essa escolha é por desinteresse. Soma-se a esse grupo a quantidade de gente que sequer sai para votar.

Amigos e amigas desse blog, façam umas contas comigo...
Dos 7% de votos brancos e nulos 80% são de gente que não está nem aí pra eleições e vota em branco para não ter que justificar. O que dá 5% do total de votos.
18% dos aptos a votar não apareceram para votar. Faltaram.
2%, aqueles que votam de sacanagem... Que? Achou muito??? Então faça um exercício, e coloque o nome das 10 primeiras pessoas que venham na sua cabeça em uma folha de papel. Se você achar 2 nessa lista que não sabiam em quem votar nem no dia da eleição, e seguiu o voto de alguém... Esse votou de sacanagem.

Hummm!!! Também achou 3 pessoas??? Ok..OK.. Vou aumentar pra 3% esse grupo.

Isso dá 31% da POPULACAO VOTANTE. Quase 30 MILHÕES de pessoas que não estão nem aí e que provavelmente são os primeiros a dizer que está tudo uma merda.

A diferença entre sufrágio e escolha é que no sufrágio as escolhas se somam para se decidir por todos, e a escolha é um ato individual. Mas sem a escolha, o sufrágio não existe. Quanto mais praticarmos a livre escolha, melhor sufragiaremos. Pratique!!! Pratique no seu dia a dia.

Escolha o que você vai comer por exemplo e não diga para o seu companheiro que comerá o mesmo que ele escolher.
Escolha como você fará o seu trabalho e não siga repetindo milhares de vezes "eu faço assim porque sempre foi feito assim"
Escolha a posição sexual que te agrade... E agrade por escolha sua e não porque é politicamente correto.

É escolhendo, e sabendo como se escolhe, que aprendemos a respeitar a escolha dos outros. Pois sabemos o quanto doi quando não nos respeitam.

Um comentário:

  1. Amei o texto Edu. Instrutivo, com algumas pitadas de bom humor e muita maturidade! Não é preciso ser idoso pra ser maduro não é mesmo? Arcar com a responsabilidade de nossas escolhas é ato de coragem. É verdade que o erro começou a muito tempo atrás, mas como disse Elisa Lucinda "... não dá pra mudar o começo, mas se a gente quiser vai dar pra mudar o final". É só começar a praticar!

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